sábado, 28 de março de 2009

TESTEMUNHO - Após a oração, um tiro na nuca

Condenado a 43 anos por triplo homicídio, tenente Pereira se converteu na prisão. Será mesmo que um criminoso, sangue nos olhos, dá realmente ouvidos a essa ladainha propagada pelos religiosos? Diante de tanto ceticismo, os PMs de Cristo sacam da manga um depoimento que, segundo eles, serve para mostrar o poder de transformação de tudo o que falam.


Em 1981, o tenente Luiz Wilson Pereira, de 47 anos, assumiu uma tropa na zona leste, em Itaquera. Era um policial idealista e chegava a dobrar o turno na tentativa de tirar os ladrões do bairro. Em seis meses na rua, viveu uma série de desilusões. Durante um tiroteio com quatro assaltantes, viu um aspirante da sua equipe ser assassinado. Três ladrões morreram e um deles foi preso. “O advogado do cara veio falar comigo. Disse que eu era novo, não conhecia como as coisas funcionavam por aqui.” Ele compreendeu a malícia do delegado semanas depois. Havia prendido um criminoso do bairro, que reencontrou na rua depois de dois dias. Ao abordá-lo, novo choque. “Ele me disse para ficar frio, porque minha parte do dinheiro estava com o delegado.”


Durante o velório de um policial, Pereira decidiu que iria fazer Justiça por conta própria. “Levava o bandido para o matão, dava um minuto para ele rezar e dava um tiro na nuca.” Pereira prefere não dizer quantos matou dessa forma. Fala que perdeu a conta. “Resolvi ocupar o lugar de Deus. Tire o ‘d’ e o ‘s’. Sobra a palavra eu. Eu iria julgar e aplicar a sentença.”


Em 1988, foi condenado a 43 anos de prisão por um triplo homicídio. A mudança de vida, conta Pereira, ocorreu sete anos depois, quando estava no Romão Gomes. Por três meses, ouviu as palestras dos PMs de Cristo no presídio. Converteu-se ao Evangelho e recebeu o indulto em 2003. Hoje está livre. Trabalha na área de finanças do Cruz Azul Saúde e hoje é missionário da Igreja Metodista do Brasil. Casou-se novamente. Namorou seis meses e consumou o ato somente depois da cerimônia.

Fonte:
O Estadão

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